O mundo de Andy Warhol


As inspirações, manias e influências do rei da Pop Art, cuja obra chega a São Paulo na exposição Mr. America

O INÍCIO
Andrew Warhola
nasceu em Pittsburgh, em 1928, caçula dos três filhos de um casal de imigrantes tchecos nos Estados Unidos. Aos 8 anos, teve coreia de Sydenham – uma manifestação da febre reumática caracterizada por movimentos involuntários dos membros, da face ou do tronco. Para distraí-lo, a família o incentivou a desenhar. Muito ligado à mãe,Julia Warhola (que também desenhava), Andy a considerava sua maior influência. Ele se formou em design na faculdade e começou sua carreira como ilustrador de livros, chegando a fazer trabalhos para revistas como Vogue e Glamour.

FOTOGRAFIA
Warhol começou a usar fotos como base para alguns de seus desenhos a partir de 1950. Adorava sua câmera Polaroid (de um modelo que a empresa continuou fabricando apenas para ele) e fotografava celebridades e seus amigos do mundo das artes, da moda e do entretenimento. Neste mês, na exposição na Estação Pinacoteca, em São Paulo, serão expostas 39 fotos de gente como Pelé, Muhamad Ali, Bette Davis, Grace Jones, Jean-Michel Basquiat, John Lennon e Yoko Ono.

FAMA
Adepto da pop art, criada pelo inglês Lawrence Alloway e seguida por artistas como Roy Lichtenstein, ele virou uma estrela ao reinventar o estilo. Em vez de “ready-made” (objetos alçados ao status de obras de arte), Warhol fazia de latas de sopas Campbell, garrafas deCoca-Cola ou imagens de ícones culturais como Marilyn Monroe e Elvis Presley inspiração para suas pinturas. Transformou a mercadoria em arte e a arte em mercadoria: suas peças viraram objeto de desejo, e ele fazia retratos por encomenda. Rodeado e inspirado por famosos, criou para si um personagem excêntrico, sobre o qual pouco se sabia ou deixava conhecer – e brincava com essa tênue linha entre o “artista” e a “pessoa” transformando-se em arte com seus autorretratos.

MÚSICA
Amigo de músicos como Debbie Harry, Mick Jagger e Diana Ross, o artista também foi financiador da banda de Lou Reed, a Velvet Underground, e forçou a entrada no grupo de uma amiga, Nico, cantora e modelo alemã. Ele desenhou capas de discos, incluindo o logo de boca e a arte para os álbuns Sticky Fingers e Love You Live, dos Rolling Stones. Seu trabalho e sua personalidade também influenciaram grupos do punk-rock e da new wave, como Devo e o cantorDavid Bowie, que gravou a música “Andy Warhol” no disco Hunky Dory (1971).

FACTORY
Esse era o nome que Warhol dava a seus estúdios. O primeiro de oito funcionou no quinto andar de um prédio na Lexington Avenue, em Midtown Manhattan, Nova York, entre 1962 e 1968. Trabalhando dia e noite, ele reunia ali atores, drag queens, socialites, usuários de drogas e músicos, a quem chamava de seus Superstars. Entre os frequentadores assíduos estavam o artista Jean-Michel Basquiat, o pintor italiano Enzo Cucchi e o escritor Truman Capote. Em geral, eles ajudavam em suas pinturas, atuavam em seus filmes e davam à Factory a atmosfera e a aura que deram fama aos ateliês do artista. Ele só limitou o número de pessoas que circulavam por lá depois de sofrer um atentado, em 1968. A escritora Valerie Solanas, assídua nos estúdios, esperava o apoio de Warhol para uma peça, ficou furiosa com a falta de atenção do artista e disparou três tiros contra ele – mas só acertou um.

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